9 de novembro de 2007

Sensualidade


"O corpo humano se torna a princiapal área de prazer do sujeito que não vive honesta e interativamente com Deus, e também a fonte primária de terror, tortura e morte. Portanto, é uma coisa “óbvia” a virada dos que adoram e servem “a criatura em lugar do Criador” (Rm 1.25). Como o prazer corporal é o que desejam, o que eles escolhem buscar, Deus os abandona à busca de cada sensação aprazível que eles possam extrair do corpo – sobretudo da sexual, pois é a que oferece grande "sensação"; no entanto a violência corporal vem logo em seguida. Eis a raiz espiritual da obsessão com “sexo e violência” nas sociedades em declínio, a nossa ou de outras épocas e lugares.

“Amor livre”, como é eufemística e falsamente chamado, com as várias formas de perversão, é apenas uma extensão da adoração do corpo (versos 26-27) – do mesmo modo que a adoração dos seios, vagina, e pênis é testemunhada tanto pela arqueologia como pela vida moderna (como pelos “bíceps” e “nádegas” de hoje). Conforme a lógica ensina-nos, tudo provém de uma falsidade. Se o que é falso é verdadeiro, então tudo é. Logo, tudo pode.

Mas então se produz aquela sensualidade que
não pode ser satisfeita. Ela não é autolimitada. Isso ocorre parcialmente porque o efeito do envolvimento nas práticas de sensualidade é o de enfraquecer a sensibilidade. Portanto irrompe o impulso inexorável, a necessidade desesperada de simplesmente sentir, sentir alguma coisa. Esse ímpeto é arraigado na natureza humana básica, como discutiremos mais adiante. Precisamos ter sensibilidade, e ela precisa ser profunda e contínua. Mas se não estivermos vivendo a grande bondade do reino de Deus, a sensualidade por meio do corpo é tudo que nos resta do nosso “reino”.

Paulo recomenda aos Efésios que

não vivam mais como os gentios (aqueles que não conhecem a Deus), que vivem na inutilidade dos seus pensamentos. Eles estão obscurecidos no entendimento e separados da vida de Deus por causa da ignorância em que estão, devido ao endurecimento do seu coração. Tendo perdido toda a sensibilidade, eles se entregaram à depravação, cometendo com avidez toda espécie de impureza. (Efésios 4: 17-19)

Esta é a progressão natural na fuga de Deus.

O ímpeto para a auto-satisfação surge numa vida sem fronteiras, onde nada é proibido – quando se pode fazê-lo sem cupa. O “Por que?” é substituído por “Por que não?” E desde que isto é o que esses “deuses” querem – licença total – Deus os abandona a uma mente inútil ou disfuncional (
adokimon) – isto é, uma mente que simplesmente não funciona. “Quando eles não viram razão para centrar seus conhecimentos em Deus, Deus os entregou a uma disposião de mente disfuncional, para fazerem o que é indecente.” (Rm 1:28). O resultado é uma humanidade

“cheia de toda sorte de injustiça, maldade, ganância e depravação. Estão cheios de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malícia. São bisbilhoteiros, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes e presunçosos; inventam maneiras de praticar o mal; desobedecem a seus pais; são insensatos, desleais, sem amor pela família, implacáveis.”

E embora eles saibam da condenação de Deus sobre tais coisas, “não somente continuam a praticá-las, mas também aprovam aqueles que as praticam” (Romanos 1-29-32)."
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Trecho da contundente abordagem de Dallas Willard acerca do "mal radical na alma arruinada", em A Renovação do Coração. Ainda escreverei muito aqui dessa fantástica obra.
A imagem é um recorte da original que se encontra no fotolog do projeto sexxxchurch, interessante serviço
com características próprias dirigido à pornografia / prostituição / sexo inspirado pela XXXCHURCH .

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