28 de fevereiro de 2009

Hospital fará transfusão em paciente religioso

O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás conseguiu autorização da Justiça para fazer transfusão de sangue em um paciente da religião Testemunha de Jeová. Esta religião não permite transfusões de sangue.

Em liminar, o desembargador federal Fagundes de Deus, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, registrou que no confronto entre os princípios constitucionais do direito à vida e do direito à crença religiosa importa considerar que atitudes de repúdio ao direito à própria vida vão de encontro à ordem constitucional. Para exemplificar lembrou que a legislação infraconstitucional não admite a prática de eutanásia e reprime o induzimento ou auxílio ao suicídio.

Na ação, a Universidade Federal de Goiás, autarquia responsável pelo Hospital das Clínicas, argumentou que o estado do paciente é grave e requer, com urgência, a transfusão de sangue. Explicou que o hospital é obrigado a respeitar o direito de autodeterminação da pessoa humana, reconhecido pela ordem jurídica, nada podendo fazer sem a autorização da Justiça.

Além disso, o hospital sustentou na ação que o direito à vida é um bem indisponível, cuja proteção incumbe ao Estado e que, no caso concreto, a transfusão sanguínea é a única forma de efetivação de tal direito.

Para o desembargador, Fagundes de Deus, “o direito à vida, porquanto o direito de nascer, crescer e prolongar a sua existência advém do próprio direito natural, inerente aos seres humanos, sendo este, sem sombra de dúvida, primário e antecedente a todos os demais direitos”. Com isso, autorizou a transfusão.

Agravo de Instrumento 2009.01.00.010855-6/GO

Com informações da Assessoria de Imprensa do TRF-1

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Estudo: direito constitucional

26 de fevereiro de 2009

Teologia Quente

Se ignorarmos o inferno, faremos de um dos maiores ensinos de Jesus uma simples metáfora.

DAN KIMBALL

Marcando 55 minutos no relógio, eu quase bati o recorde de sermão mais longo pregado por mim. Era um sermão sobre o inferno.

Em nossa série de mensagens intitulada Teologia quente, os tópicos eram selecionados por sugestões da congregação. A pergunta mais comum foi: “Um Deus de amor manda pessoas para o inferno?”. Isso é algo difícil de discursar em 35 minutos.

Os assuntos inferno e julgamento estão presentes em todo o Novo Testamento. Mesmo assim, não ouvimos muito sobre eles nos dias de hoje – ao menos, não na igreja. Tendemos a enfatizar outros assuntos, repetidamente, ignorando aquele, sobre o qual Jesus falava a todo tempo. Há exceções, mas pregadores anunciando “converta-se, ou você se queimará” são raros hoje em dia.

Há um episódio do seriado Seinfeld no qual o namorado da Elaine, Puddy, se torna um cristão. Ele começa ouvindo música evangélica e fica avisando insistentemente a Elaine que ela vai para o inferno. Em um determinado momento, ele pede para ela roubar o jornal dos vizinhos, pois já que ela “iria pro inferno, não tinha problema em fazer aquilo”. Elaine “explodiu” e começou a bater nele com o jornal, dizendo: “se eu vou para o inferno, você ao menos deveria se preocupar com isso!”.

Creio que Elaine esteja certa. Nós não podemos encarar o inferno como uma mera doutrina, desconsiderando a impacto humano que ela causa. O ensino sobre o inferno não deve acontecer para que as pessoas conheçam os pormenores da fé cristã, ou para que a curiosidade teológica seja satisfeita. Se cremos na realidade do inferno e no fato de que aqueles que foram criados por Deus à sua imagem haverão de viver a eternidade em comunhão com ele ou distante dele, deveríamos anunciar as boas novas do evangelho e também aquelas notícias que não são tão agradáveis.

É evidente que isso exige equilíbrio. Cristãos têm sido acusados de fazerem do inferno seu principal tópico para anunciar a salvação. Penso ser esta uma alteração do evangelho completo, anunciado em 1 Co 15. Todavia, se ignorarmos a realidade do inferno e do julgamento, faremos de um dos maiores ensinos de Jesus uma simples metáfora obscura.

Pela tendência da igreja quanto ao desequilíbrio no que diz respeito ao anúncio do inferno, além das pressuposições culturais sobre vida após a morte, iniciei meu sermão lendo com a congregação todas as passagens do Novo Testamento sobre o inferno. Isso tomou algum tempo, mas fez com que as pessoas ficassem atentas e pensativas. Nós comparamos aquelas passagens com o popular “portal do inferno” – do antigo desenho Estrada para o inferno – para vermos como tivemos nossas convicções influenciadas pela cultura, como o diabo vermelho com chifres e tridente, por exemplo.

Em seguida, analisamos os conceitos de vida após a morte presentes em outras culturas e confissões religiosas. Os cristãos não são os únicos que crêem no “inferno”. Apesar do crescente desconforto de nossa cultura com a idéia do julgamento eterno, não deveríamos nos constranger ao anunciar uma tese tão defendida por diversos segmentos religiosos ao longo de todas as épocas, inclusive a vigente.

Liderei a congregação em um estudo das palavras que são traduzidas por “inferno”: Jesus utilizou Gehenna, o depósito de lixo nos arredores de Jerusalém, onde os corpos eram lançados, onde os vermes os comiam e o fogo não parava de queimar.

Finalmente, voltamos para Elaine do seriado Seinfeld e destacamos o que é mais importante: a missão.

Como afirmou Charles Spurgeon, “Se pecadores haverão de perecer, que pereçam com nossos braços ao redor de seus joelhos; que ninguém experimente os tormentos do inferno sem que tenha recebido nosso aviso e nossas orações”.


Copyright © 2008 by Christianity Today International

(Traduzido por Daniel Leite Guanaes)

+ O Inferno é Necessário


+ O Céu não é a Questão


Por Que Amo Myles Munroe


Um dos meus autores favoritos é Myles Munroe.

Lembro-me de ouvi-lo em uma entrevista anos atrás. Eu estava na casa dos 20 anos, e fiquei encantado com o que ele disse. Monroe respondeu a perguntas sobre Jesus Cristo, e ele era tão sábio e cheio de luz.

Eu sabia então que eu poderia aprender com este homem.

Myles é um autor de best-sellers. Um dos mais conhecidos do nosso tempo. Ele já escreveu alguns livros sobre o maravilhoso Reino de Deus, e sua visão sobre a condição humana é extremamente esclarecedora.

Ele é também um excelente escritor. Alguns de seus assuntos são profundos e profunda, mas é escrito em um nível de escrita em que qualquer leitor pode acompanhá-lo. (Não é fácil fazê-lo, de qualquer modo.)

Aqui estão alguns dos meus livros favoritos de Munroe na minha estante. Todos contêm gemas de sabedoria espiritual.

* A Grande Idéia de Deus

* Redescobrindo o Reino

* Princípios do Reino

* Aplicando o Reino

Estou grato por este irmão e de como Deus tem o usado em nosso tempo.

Frank Viola


20 de fevereiro de 2009

Confiança nas Instituições

Pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas, apresentada pelo conselheiro Joaquim Falcão, do Conselho Nacional de Justiça, revela que a sociedade reconhece a importância do Judiciário, mas quer agilidade. A pesquisa foi apresentada para os presidentes dos Tribunais de todo o país, no 2º Encontro Nacional do Judiciário, em Belo Horizonte.

Gráfico 2 de índice de confiança nas instituições - Jeferson Heroico

A pesquisa de opinião, feita com 1.200 entrevistados, mostra o Judiciário está em 9º lugar entre 17 instituições no índice de confiança. Em relação à confiança em profissionais, os juízes ficam em quinto lugar. A pesquisa revela que em primeiro estão as Forças Armadas, seguidos das escolas, Policia Federal, Ministério Público, o presidente da República, a Igreja Católica e, em penútimo lugar a Justiça e, em último, as Igrejas Evangélicas.

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Imaginem se eu fosse um Analista Judiciário e Evangélico?


14 de fevereiro de 2009

Valquíria e outras Conspirações

Hoje assisti Operação Walquíria.

A reconstrução de figurinos e cenários desse instigante episódio da História, e uma fantástica trilha sonora, são os pontos que destaco no filme dirigido por Bryan Singer. Assim como o recente "O Leitor" (ainda não assisti), o filme mostra o lado alemão dos fatos da Segunda Guerra e pessoas que não se identificavam com a loucura nazista.

Saí da sala introspectivo como das vezes em que os filmes mexem com meus pensamentos. Lembrei muito de Bonhoeffer, pastor e teólogo luterano de origem germânica ter sido enforcado pelos nazistas por sua participação na conspiração para matar Hitler.

Assim, fiquei com vontade de adiantar a leitura de "Resistência e Submissão", que está na lista pra 2009.

+ Resenhas: Cinema com Rapadura, Omelete

12 de fevereiro de 2009

Dallas Willard no Solomon

Solomon é um grupo de cristão criativos, nacional e independente, cujo objetivo é informar, encorajar, unir e edificar a Igreja Criativa brasileira.

O site do Solomon tem publicado textos de Dallas Willard.

Recomendado pelo visual, o pessoal tem buscado profundidade na reflexão e na prática.

Duplamente recomendado!

10 de fevereiro de 2009

REGENERAÇÃO



Compare a pregação de Paul Washer com o ensino de Dallas Willard. E agora, me responda: quando foi que você ouviu uma pregação/ensino sobre justificação/regeneração/santificação? Hein?

"[A conversão]abrange a reconciliação e a regeneração. Grande parte da teologia evangélica de hoje é caracterizada pela perda do conceito de regeneração. Com freqüência, o único elemento enfatizado é a reconciliação ou o perdão -- nos casos em que até isso não foi substituído pela idéia de Cristo "suprir suas necessidades". Por vezes, a doutrina da regeneração é inteiramente assimilada pela doutrina da justificação e ambas passam a ser consideradas exatamente a mesma coisa. Mas isso não é característica da tradição [evangélica] em geral. Se você ler não apenas os autores populares, mas também as teologias clássicas, verá que a regeneração, ou vir a ter um novo tipo de vida ("do alto"), é tão essencial à conversão quanto o perdão. Na verdade, talvez o perdão seja subordinado à regeneração. Você recebe uma nova vida pela graça por meio da fé e, nesse processo, ou à luz dele, seus pecados são, obviamente, perdoados. Você não pode viver em Deus e nem Deus em você sem o perdão e a reconciliação."


Dallas Willard, A Grande Omissão, Mundo Cristão, pp. 150-151

Fonte do vídeo: Voltemos ao Evangelho
Destaco na temática de Paul Washer, no sermão Dez acusações contra a igreja moderna, a Terceira acusação: uma falha ao falar da depravação do homem.

Na opinião de Dallas Willard, na obra supra citada, os três elementos essenciais da piedade evangélica ao longo das eras são: convicção de pecado, conversão a uma vida piedosa de fé e testemunho da obra salvadora de Deus na alma.

Penso que no vídeo acima, Washer renova o segundo ponto. Nesta terceira acusação aponta o abandono da ênfase no primeiro ponto.

9 de fevereiro de 2009

O que é ser emergente

Brian Mclaren apresenta mais claramente que nunca sua visão sobre o evangelho, em matéria no site da revista Cristianismo Hoje.


Em contrapartida, o Diário Cristão, traz uma matéria em que o Reverendo Rutledge Etheridge diz que " o Movimento da Igreja emergente ameaça fundação da igreja".

Fique por dentro.

8 de fevereiro de 2009

Tudo Se Resume no Amor

Em 1846, Finney escreveu sua obra mais importante. Intitulou-a Lectures on Systematic Theology (Palestras sobre teologia sistemática). Ela é a sua declaração de princípios, dos princípios que produziram resultados tão maravilhosos quando praticados.

E temos acesso a esses princípios, atualmente?

Felizmente temos. Mas, por uma razão qualquer, eles têm sido esquecidos. E esse esquecimento é uma razão das tragédias de nossos dias.

É bem verdade que as pessoas gostam de falar sobre a grande vida de Finney e seus avivamentos. Mas não são muitos os que estão dispostos a cavar fundo em tua teologia, com mente totalmente desarmada, dispostos a descobrir a verdadeira razão de seu sucesso -- a verdade lógica, escriturística que libertou a tantos.

O ministério dinâmico de Charles Finney é uma eloqüente demonstração prática dos princípios expostos em sua teologia. Assim também, essa teologia constitui uma revelação de seu gigantesco intelecto, e do nobre coração daquele que foi o príncipe dos ganhadores de almas. Não; Finney não foi um frio expositor logístico, nem um teólogo morto. Seu ministério o comprova.

Portanto, quando sabemos que uma pessoa ganhou meio milhão de almas para Cristo, e ele nos revela quais são os princípios básicos de seu trabalho, precisamos examinar esses princípios com muita atenção.

Extraído do primeiro capítulo de "Tudo se Resume no Amor", de J. W. Jepson, Editora Betânia. O original é de 1977. Cheguei a esse livro após ler a Autobiografia de Finney, lançada no Brasil pela Editora Vida com o título "Memórias Originais de Charles G. Finney". Eu já tinha ouvido falar de Finney como avivalista e já tinha visto sua Teologia Sistemática há algum tempo. Mas não fui suficientemente convencido a levá-lo a sério como teólogo. Foi a indicação de Dallas Willard no seu site que me impeliu a conhecê-lo melhor. Estou impressionado com o entendimento moral de Finney e as implicações da conversão para a vontade humana. Destaco competente explicação de Finney de que o amor não é um sentimento.

Quem leu sua autobiografia sabe que Finney conviveu com oposição a teológica. Recentemente, alguns críticos de Finney tem escrito textos questionando seu legado. Como exemplo, cito um post do Orthodoxia.

Para explorar mais:

It all adds up to Love
El Amor: La Base de Todo
Teologia Sistemática de Charles Finney

5 de fevereiro de 2009

Solitude e Privacidade

O mais comum e difundido mal-entendido sobre a oração na América é o de que ela é particular. Falando estrita e biblicamente, não há oração particular. Privado em seu significado básico refere-se a roubo. É furtar. Quando privatizamos a oração, nos apropriamos indevidamente da moeda comum que pertence a todos. Quando nos engajamos em oração sem nenhum desejo de percepção da vida inclusiva e abrangente do reino que está “entre nós” no tempo e no espaço, empobrecemos a realidade social que Deus está finalizando.

O isolamento em oração não é privacidade. As diferenças entre privacidade e solitude são profundas. A privacidade é a nossa tentativa de isolar o eu de qualquer interferência; a solitude deixa a companhia de outros por um tempo a fim de escutá-los mais profundamente, estar cientes deles, servi-los. A privacidade é afastar-se dos outros a fim de que eu não tenha que me incomodar com eles; solitude é afastar-me da multidão a fim de que eu possa ser instruído pela voz calma e quase imperceptível de Deus, que está entronizado nos louvores das multidões. As orações privatizadas são egoístas e escassas; a oração em solitude une-se a uma comunidade multivocal, centenária: com anjos e arcanjos, na companhia de todo o céu, cantamos: “Santo, Santo, Santo, Deus Todo Poderoso.”

Enquanto ainda era noite, bem antes da aurora, ele se levantou e saiu para um lugar isolado e orou. Simão e os que estavam com ele saíram à sua procura, o encontraram e disseram: “Todos estão procurando por você”.
Jesus disse: “Vamos ao restante das vilas para que eu também pregue ali. É para isso que eu vim”.
Marcos 1.35-38

Eugene Peterson, Formação Espiritual, 05/02/2009

+ Da Solidão à Solitude - Henri Nouwen

3 de fevereiro de 2009

Morte do Eu

"Houve um dia em que eu morri: morri: morri para George Mueller. As opiniões, preferências, gostos e vontades dele morreram para o mundo, para sua aprovação ou censura; morreu até mesmo para a aprovação ou censura de meus irmãos e amigos , e, desde então, tenho me dedicado somente a me mostrar 'aprovado aos olhos de Deus'"


George Mueller, de Bristol, Inglaterra
O homem que "tinha o salmo 23 escrito em sua face"

1 de fevereiro de 2009

U2 3D

• “U2 3D”. Escolhi este não pelo conteúdo, mas pela forma (sempre defensável no cinema). O 3D digital é melhor que estar num “show” ao vivo, sem ter de pagar 500 dólares por ingresso nem ficar com a roupa cheirando a maconha.

-- Mark Carpenter, O melhor de 2008, coluna Arte e Cultura, Revista Ultimato.

Durante um mês, uma equipe, munida de câmeras de tecnologia 3D, acompanhou a turne "Vertigo" do grupo U2, em shows feitos em grandes estádios da Amercia do Sul: Brasil, Argentina, México e Chile. Tantas horas foram reduzidas a 85 minutos de filme. Imagens inovadoras em terceira dimensão e um qualificado sistema de som, somados à energia de um show ao vivo. Nessa nova dimensão, U2 3D leva o público a uma jornada extraordinária e inesquecível.

Acabei de chegar do cinema, e, à exceção do incômodo de sobrepor dois óculos, a experiência foi fantástica. Saí com a alma leve, como estava precisando.