24 de dezembro de 2011

Natal

O Natal é comemorado principalmente como um evento único e climático -- uma grande festa. Mas algo tão importante como a encarnação de Jesus precisa de muito mais do que um dia para se celebrar de forma adequada. É por isso que o calendário cristão separa 12 (doze) dias para comemorar e passar tempo com a Encarnação.

Os doze dias de Natal, com início no dia de Natal, pode ser o remédio curador necessário para resgatar este feriado de mercadores e comerciantes. Depois de todos os anúncios irritantes e jingles repetitivos, quando todo mundo está esgotado e se preparando para o ano novo, agora o seguidor de Jesus pode se concentrar sobre o significado do milagre do Natal.

É uma temporada de luz nas trevas, onde somos levados mais profundamente à luz crescente do Verbo feito carne. Refletindo sobre o nascimento de Jesus, temos tempo para deliciar-nos no como da encarnação e também somos levados a pensar mais profundamente em seu significado no nosso mundo.

No coração da época do Natal está o mistério da encarnação, de Deus tornando-se humano. A fé cristã é, ao mesmo tempo, tanto maravilhosamente material e mística, não tendo nenhum lugar para a espiritualidade escapista. A estãção do Natal enraíza nossa fé no espaço e no tempo -- neste mundo que está quebrado, este corpo que sangra. Materialidade não é uma vergonha para Deus, ele a criou e deleita-se com ela.

O Natal nos chama a viver de modo encarnacional, para incorporar a nossa fé em nossa vizinhança local, seguindo o exemplo de Jesus, o Verbo que deixou o céu e "veio viver perto de nós" (João 1:14, A Mensagem).



Seeking God's Face: Praying with the Bible through the Year.
















29 de novembro de 2011

O Homem entre Deus e os Ídolos




Eu recomendo fortemente que você ouça a 1ª palestra "O Homem entre Deus e os Ídolos" disponibilizada aqui para baixar.


O áudio das palestras já está disponível.



As Marcas do Cristão: como a realidade de Deus é demonstrada
Felicidade segundo o Cristianismo: espiritualidade autêntica na cultura contemporânea

 





Guilherme de Carvalho consegue reunir conhecimento e singeleza numa mensagem capaz de nos atordoar e reorientar toda a nossa maneira de relacionar a fé com o nosso mundo.

Também está disponível um acervo de podcasts da Igreja Esperança: 

http://www.igrejaesperanca.org.br/podcast

Faça um favor a si mesmo, ouça!

27 de novembro de 2011

Advento


Advento (do latim Adventus, que significa "vinda" ou "chegada") é a temporada de quatro semanas de preparação para a vinda de Jesus no Natal. Uma celebração requer boa preparação adequada para podermos desfrutar dela totalmente. No mês de dezembro, no entanto, na maior parte nos perdemos na agitação das compras de Natal, festas e preparativos. O tempo do Advento, mais reflexivo por natureza, pode sair de sincronia com todo esse barulho e correria.

João Batista sempre tem sido considerado a pessoa certa para me preparar para o Natal - ele é o anti-Papai-Noel necessário para os nossos dias. Troque o risada alegre por uma intensidade em sua face, o brilho no olho de um deserto prestes a interromper sua vida, comandando a nossa atenção, mas sempre redirecionando-a para Jesus. "Preparai o caminho para o Senhor" é o chamado do Advento para nos preparar para a vinda do Messias.

Mas como se preparar para uma surpresa? Mais do que apenas lembrar a primeira chegada de Cristo, o Advento espera a segunda vinda de Cristo. Advento é tempo de espera expectante, explorando nosso senso de que nem tudo está bem, o anseio de que o mundo seja endireitado novamente. É uma estação para corações inquietos e pessoas cansadas de um mundo quebrado que querem, com todo o nosso ser, saber que há mais do que isso.

O Advento cultiva em nós um olhar perspicaz, ajudando-nos a detectar o pecado que tumultua nossas vidas e perceber todas as maneiras que nós precisamos ser salvos. Ajudando-nos a esperar intensamente por restauração, por sentir a nossa própria necessidade de sermos salvos, o Advento nos prepara para a alegria genuína do Natal e para a fé nAquele que nos salva do nosso pecado, Jesus.


15 de novembro de 2011

Objeção ao pós-modernismo

Apresentando as coisas de maneira simples, o pós-modernismo refuta a si mesmo. Os pós-modernistas parecem afirmar que suas asserções sobre a era moderna, sobre a maneira pela qual a linguagem e a consciência funcionam e assim por diante são verdadeiras e racionais; eles escrevem textos literários e protestam quando as pessoas interpretam mal a intenção autoral em seus próprios escritos; eles pretendem nos dar a verdadeira essência do que é a linguagem e como ela funciona e empregam a dicotomia entre o modernismo e o pós-modernismo enquanto afirmam a superioridade do último. Por essas e outras razões o pós-modernismo parece ser auto-refutável.

Os pós-modernistas realmente têm uma resposta para esse argumento. Por um lado, eles podem afirmar que os críticos interpretam erradamente o pós-modernismo e derrotam um espantalho. Alguns pós-modernistas, por exemplo, defendem sua rejeição à objetividade da verdade da seguinte maneira: dizer objetivamente que a verdade não está "lá fora", no mundo real, é dizer meramente que onde não há sentenças não há verdade, que as sentenças são elementos da linguagem humana e que as linguagens humanas são construções sociais. Infelizmente, a defesa não é apenas falsa, mas, compreendida de uma certa maneira, ela também deixa de evitar o problema da auto-refutação. A defesa é falsa porque afirma que o portador de verdade adquado é a linguagem. Mas, como vimos anteriormente, um candidato mais apropriado para isso são as proposições. Além do mais, existem numerosas verdades -- tais como as verdades matemáticas -- que nunca foram e nunca poderão ser pronunciadas por meio da linguagem, mas que estão simplesmente "lá fora". A defesa não pode evitar sua auto-invalidação porque se o argumento assume uma noção relativista da verdade, mas se apresenta como uma verdade objetiva no sentido não relativista, então ele refuta a si mesmo. Se o pós-modernista simplesmente quer dizer que as pessoas não são capazes de expressar uma verdade a não ser por meio da linguagem, então sua posição pode ser admitida, mas é irrelevante no debate sobre a adequação do pós-modernismo como ponto de vista filosófico.

Às vezes, os pós-modernistas respondem negando que consideram suas asserções e escritos como verdadeiros, racionais e constituídos por sua própria intenção autoral e assim por diante. Se essas afirmações estão corretas, então deveriam realmente salvar o pós-modernismo da auto-refutação. Mas, a resposta deve ser rejeitada por duas razões. Primeiramente, quando alguém realmente lê com cuidado os escritos pós-modernistas, é bastante difícil evitar evitar uma impressão de que eles de fato apresentam suas asserções como verdadeiras, racionais e assim por diante. Nesse sentido, ao estar na defensiva, um pós-modernista pode negar que seus escritos exibam tais características , mas uma exame de seus escritos parece minar suas negativas. Segundo, os pós-modernistas precisam oferecer alternativas pós-modernistas à verdade, à racionalidade etc., que fizessem sentido em suas próprias afirmações, enquanto evitam aquelas noções indesejadas. Parece que suas alternativas ainda não foram convicentemente apresentadas. Mas suponhamos que surjam. O que faríamos, então, com o pós-modernismo? Uma vez que o pós-modernismo não poderia, no caso, estar oferecendo a si mesmo como verdadeiro, racional ou até mesmo compreensivo de uma determinada maneira. Seria difícil saber e que maneira um pós-modernista poderia recomendar sua visão aos outros ou qual o propósito de proclamá-lo em público.

Tudo isso quer dizer que não existam benefícios a serem obtidos do pós-modernismo? Não, os pós-modernistas estão certos em nos advertir quanto aos perigos de usar a linguagem para obter poder sobre os outros, em recomendar a importância da história e da narrativa, em advertir os excessos históricos do cientificismo e do reducionismo que cresceram a partir do abuso de idéias modernistas. Mas essa dimensão não quer dizer que os cristãos devem adotar uma posição neutra ou até mesmo favorável em relação ao pós-modernismo, rejeitando seus problemas e abraçando seus benefícios (...) 

Além do mais, a maneira de evitar o cientificismo e o reducionismo é argumentar contra eles usando as coisas que os próprios pós-modernistas negam. A única alternativa a tal estratégia é o uso da simples retórica, ou mudar de maneira politicamente correta o poder público de modo a marginalizar o cientificismo e o reducionismo, mas é esse poder a coisa que os pós-modernistas corretamente abominam.


Filosofia e Cosmovisão Cristã - J. P. Moreland & William Lane Craig, Ed. Vida Nova,  2005


25 de outubro de 2011

O Evangelho Apostólico de Paulo

Devemos agora resumir este capítulo: o evangelho para o apóstolo Paulo é a história de Jesus, o Messias-Senhor-Filho, que desencadeia a salvação, que traz à conclusão a história de Israel como encontrada nas Escrituras do Antigo Testamento. “Evangelizar” é declarar esta história, e é uma história que salva as pessoas de seus pecados. Essa história é a única história de enquadramento se nós queremos ser apostólicos na maneira como apresentamos o evangelho. Podemos enquadrar o "evangelho" com outras histórias ou categorias, mas há somente uma história santa e apostólica, e é a história de Israel. Essa é a história de enquadramento apostólica para o evangelho.

Esta história começa no momento da criação e, finalmente, só se completa na consumação, quando Deus for tudo em todos. Este é o evangelho de Paulo, e ao mesmo tempo que inclui e abrange o plano de salvação e deixa em aberto como se pode construir um método de persuasão, o evangelho de Paulo não pode ser limitado ou equiparado com o Plano de Salvação. As quatro linhas do evangelho de Paulo são sobre a história de Jesus. Toda vez que Paulo menciona "evangelho" em suas cartas (e ele faz isso cerca de setenta e cinco vezes), ele está se referindo a este evangelho de quatro linhas. E muitas vezes Paulo usa "taquigrafia", simplesmente dizendo "evangelho" ou "meu evangelho" ou "o evangelho da salvação" ou mesmo "Cristo crucificado". Mas ele sempre quer se referir a este evangelho - o evangelho da História plena e salvadora de Jesus resolvendo a história de Israel, o que encontramos em taquigrafia em 1 Coríntios 15 e que, então, é totalmente exposta nos próprios evangelhos (mais sobre isso mais tarde) .

Isto leva a uma advertência, e é esta que inspira muito deste livro: o plano de salvação pode ser pregado à parte da história, e que tem sido feito por quinhentos anos e por dois mil anos. Quando o plano fica separada da história, o plano quase sempre se torna abstrato, proposicional, lógico, racional e filosófico e, o mais importante, de-historificado e não bíblico. Quando separamos o plano de salvação da história, nós nos desligamos da história que nos identifica e diz o nosso passado e diz o nosso futuro. Separamo-nos de Jesus e transformamos a Fé Cristã em um Sistema de Salvação.

Há mais. Somos tentados a transformar a história do que Deus está fazendo neste mundo através Israel e de Jesus Cristo em uma história sobre mim e a minha salvação pessoal. Em outras palavras, o plano tem um jeito de cortar a história de uma história acerca de Deus e do Messias de Deus e o povo de Deus para uma história sobre Deus e uma pessoa - eu - e nesta a história muda de “Cristo e a comunidade” para o individualismo. Precisamos do último sem cortar o primeiro.

Cortar o plano da história leva a uma cultura de salvação que é totalmente moldada por "quem é salvo e quem não é salvo." Tal cultura é importante, e eu acredito na salvação em Cristo. Mas, essa cultura é concebida por Deus para ser uma sub-cultura e não a cultura dominante. A cultura dominante é a cultura do evangelho. E uma cultura do evangelho é aquela moldada pela História de Israel e pela história de Jesus Cristo, uma história que conta toda a história de Jesus e não apenas uma história da Sexta-Feira Santa, e uma história que não diz apenas sobre uma salvação pessoal, mas de Deus sendo "tudo em todos". Conta a história de que Jesus, não qualquer governante humano, é o Senhor de tudo.

The King Jesus Gospel: The Original Good News Revisited - Scot McKnight, Zondervan, capítulo 4.


O evangelho é a declaração de que Jesus é o Messias e Senhor e esse evangelho declara que a história de Jesus completa a história de Israel de uma maneira que salva. Este evangelho contraria o evangelismo raso e superficial de hoje, que reduz o evangelho a quatro pontos simples e elimina a confissão de que Jesus é o Messias e Senhor.


Leia o prefácios de N.T. Wright & Dallas Willard, e desfrute de uma amostra do capítulo 1: thekingjesusgospel.com




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We must now num up this chapter: the gospel for the apostle Paul is the salvation-unleashing Story of Jesus, Messiah-Lord-Son, that brings to completion the Story of Israel as found in the Scriptures of the Old Testament. To "gospel" is to declare this story, and it is a story that saves people from their sins. That story is the only framing story if we want to be apostolic in how we present the gospel. We can frame the "gospel" with other stories or categories, but there is one holy and apostolic story, and it is the Story of Israel. That is the apostolic framing story for the gospel.

This story begins at creation and finally only completes itself in the consummation when God is all in all. This is Paul's gospel, and while it includes and encompasses the Plan of Salvation and leaves open how one might construct a Method of Persuasion, the gospel of Paul cannot be limited to or equated with the Plan of Salvation. The four lines of Paul's gospel are about the Story of Jesus. Every time Paul mentions "gospel" in his letters (and he does so some seventy-five times), he is referring to this four-line gospel. And many times Paul uses "shorthand" by simply saying "gospel" or "my gospel" or "the gospel of salvation" or even "Christ crucified". But he always means this gospel -- the gospel of the full, saving Story of Jesus resolving the Story of Israel, the one we found in shorthand in 1 Corinthian 15 and which then is fully expounded in the Gospels themselves (more on that later).

This leads to a warning, and it is one that animes much of this book: the Plan of Salvation can be preached apart from the story, and it has been done for five hundred years and two thousand years. When the plan gets separated from the story, the plan almost always becomes abstract, propositional, logical, rational, and philosophical and, most importantly, de-storified and unbliblical. When we separated the Plan of Salvation from the story, we cut ourselves off the story that identifies us and tells our past and tells our future. We separate ourselves from Jesus and turn the Christian faith into a System of Salvation.

There's more. We are tempted to turn the story of what God is doing in this world through Israel and Jesus Christ into a story about me and my own personal salvation. In others words, the plan has a way of cutting the story from a story about God and God's Messiah and God's people into a story about God and one person -- me -- and in this the sotry shifts from Christ and community to individualism. We need the latter without cutting off the former.

Cutting the plan from the story leads to a salvation culture that is entirely shaped by "who is saved and who is not saved." That culture is important, and I believe in salvation in Christ. But, that culture is designed by God to be a subculture and not the dominant culture. The dominant culture is the gospel culture. And a gospel culture is one shaped by the Story of Israel and the Story of Jesus Christ, a story that tells the whole Story of Jesus and not just a Good Friday story, and a story that tells not just a personal salvation but of God being "all in all". It tells the story that Jesus, not any human ruler, is the Lord over all.

The King Jesus Gospel: The Original Good News Revisited -- Scot McKnight, Zondervan, chapter 4.

The gospel is the declaration that Jesus is Messiah and Lord and that gospel declares that the Story of Jesus completes the Story of Israel in a way that saves. This gospel counters the shallow and superficial gospeling today that reduces the gospel to four simple points and eliminates the confession that Jesus is Messiah and Lord.


Read the forewords by N.T. Wright & Dallas Willard, and enjoy a sample of Chapter 1:
Forewords
Chapter 1
 


6 de outubro de 2011

Impregnado de Amor


Jesus anunciou nas bem-aventuranças que mesmo as pessoas mais desprovidas de insignificantes da terra poderiam ser abençoadas por viver no reino: os pobres, os tristes, os em reputação ou crédito (os mansos), e assim por diante (Mt 5.3-10; Lc 6.20-23). A bem-aventurança não estava em sua condição de pobres, tristes ou desrespeitados. Eles eram abençoados porque podiam entrar no reino, e estar no reino significa ser abençoado não importa o que mais aconteça. Eles podem descansar nisso. Seu futuro em Deus está assegurado, e sua condição presente, redimida. Para sempre. De qualquer forma.

Assim, na visão de mundo de Jesus, ser próspero, ter a “boa vida”, não inviabiliza o ser uma pessoa verdadeiramente boa. O conflito que os moralistas têm enfrentado em vão por séculos reconciliar é reconciliado por aqueles que vivem no reino de Deus. Não tenho de entregar minha integridade para me assegurar ao que é bom para mim. Uma pessoa realmente boa, como Jesus ensina, é alguém impregnado de amor: amor pelo Deus que “nos amou primeiro” e que, em seu Filho nos ensinou o que é o amor (1 Jo 4. 9-11). E então, como resultado da abundância de tal vida no reino, levará amor a todos com quem temos contato significativo, nossos “próximos”. A riqueza da vida Shemá (Dt. 6. 4-5) naturalmente flui para dentro da cena humana.

O amor significa disposição para o bem, determinação em beneficiar o que ou quem é amado. Podemos dizer que amamos bolo de chocolate, mas não amamos. Antes, queremos comê-lo. Isso é desejo, e não amor. Em nossa cultura, temos um grande problema em distinguir entre amor e desejo, mas é essencial que façamos essa distinção. O grego do Novo Testamento tem várias palavras para “amor”. Duas são eros (de onde obtemos a palavra “erótico”) e ágape. Amor ágape, talvez a maior contribuição de Cristo à civilização humana, deseja o bem a quem quer esteja voltado. Ele não deseja consumi-lo. O ensino sobre amor que ainda permeia a civilização ocidental em seus melhores momentos entende isso. O chamado mais eleveado a seres morais é o de amar. Muito antes da vinda de Cristo isso era compreendido de maneira obscura. Sócrates observou, de acordo com Platão, que “o bem faz bem a seus vizinhos e o mal lhe faz mal”. Mas os gregos, como todo o seu fulgor, nunca conseguiram resolver o próximo problema da fila, que era como alguém se torna uma pessoa verdadeiramente boa no sentido já abordado. Como Jesus responde a essa quarta pergunta sobre visão de mundo?

Como você se torna uma pessoa verdadeiramente boa? Você coloca a sua confiança em Jesus Cristo e se torna seu aluno ou aprendiz na vida no reino. Isso equivale a, progressivamente, entrar na abundância de vida que ele nos traz. Você aprende dele como viver no reino de Deus como ele mesmo viveu. Há muito a ser aprendido depois que você entra. Passar pela porta não é necessariamente viver na casa. Nossa confiança de que Jesus é “O Único” nos leva a ir constantemente à escola com ele, levando nossa vida inteira conosco, e é em fazer isso que o amor vem impregnar nossa vida a ponto de sermos de maneira inequívoca seus alunos. Ele disse: “Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros” (Jo 13.35). Ele pode impor esse desafio a si mesmo como mestre porque não conhece nenhum outro que possa produzir a transformação humana que ele tem em mente.

Como discípulo de Jesus, estou aprendendo com ele como levar minha vida como ele levaria minha vida se fosse eu. Você está aprendendo com Jesus como levar sua vida como ele levaria a sua vida se fosse você. Sim, a vida que você tem. As mulheres não precisam se preocupar com serem excluídas dessa declaração. Por razões específicas, embutidas em sua missão, sem dúvida, ele precisava ser do sexo masculino. Mas fora algumas circunstâncias localizadas, não há nenhuma pessoa nesta terra que Jesus não poderia ter sido. Ele veio de forma humilde e assim viveu (Fp 2.5-11). ELe abdicou do poder supremo. Aprendeu a viver no reino de Deus como ser humano comum. Deus também estava na vida humana comum. A “encarnação” não diz respeito apenas aos eventos de sua concepção e nascimento. Ela representou o vestir-se de “carne” em todo o seu significado humano. Ele poderia viver em suas circunstâncias agora. Poderia ser você e ainda viver no reino de Deus. Você pode ser seu aprendiz, não importa quem você é e onde você esteja. É como seus amigos pessoais, vivendo interativamente com ele, que conhecemos a verdade e temos a liberdade -- o poder sobre o mal -- que vem com esse conhecimento (Jo 8.31-32)

Dallas Willard, Conhecendo a Cristo Hoje, pp. 64-67