28 de janeiro de 2011

Virtude: as visões aristotélica e cristã

N. T. Wright

A tradição do pensamento moral que remonta a Aristóteles foi bem desenvolvida no mundo antigo.

Aristóteles desenvolveu o padrão tripartite de transformação de caráter. A primeira parte é o "objetivo", o telos, a última coisa que estamos visando, há então os passos a tomar para alcançar esse objetivo, os "pontos fortes" do personagem que irá permitir-lhe chegar a esse objetivo, e há o processo de formação moral pelo qual essas "forças" se transformar em hábitos, tornando-se uma segunda natureza.

Para Aristóteles, o objetivo era o ideal de um ser humano em pleno florescimento. Pense em alguém que viveu até seu potencial, mostrando um acabado, sábio, e bem formado caráter completo. Este objetivo, nomeadamente, para os quais Aristóteles usou o termo eudaimonia, às vezes é chamado de "felicidade", mas Aristóteles quis dizer em um sentido técnico que está mais próximo da nossa idéia de "prosperidade".

Os passos em direção a esse objetivo, para Aristóteles e seus seguidores, eram os pontos fortes de caráter que, quando desenvolvidos, contribuiriam para a realização gradual de um florescimento humano. O caminho para atingir a eudaimonia, Aristóteles pensava, era praticar estes pontos fortes, assim como um jogador de futebol passa por um treinamento para todos os diferentes músculos do corpo e todas as habilidades práticas de várias esferas que serão necessários. 

A palavra de Aristóteles para uma tal força foi arete, para a qual os escritores latinos usaram a palavra virtus, da qual, naturalmente, derivamos a "virtude". As "virtudes" são os diverso pontos fortes do caráter que, juntos, contribuem para alguém se tornar humano plenamente desenvolvido.

(...)

Aristóteles vislumbra um objetivo de florescimento humano, assim como Jesus, Paulo e o restante. Mas a visão de Jesus do objetivo era maior e mais rica, tomando todo o mundo, e colocando os seres humanos não como indivíduos solitários a desenvolver seu próprio status moral, mas como cidadãos contentes do reino vindouro de Deus. 

Aristóteles viu que para chegar ao objetivo de uma vida um ser humano verdadeiramente deveria desenvolver as forças morais que chamou virtudes. Jesus e seus primeiros seguidores, Paul não menos, disse algo semelhante. Mas a sua visão das forças morais, correspondendo a suas diferentes visões do objetivo, destacou qualidades que Aristóteles não considerou como as mais elevadas (amor, perdão, bondade, e assim por diante) e incluiu pelo menos uma - a humildade - para a qual o mundo pagão antigo (e para tal efeito o mundo pagão moderno) não tinha nenhuma utilidade.

Aristóteles viu que o objetivo maior era tornar o tipo de caráter que seria capaz de agir da maneira correta automaticamente, pela força da formação contínua do hábito. Jesus e Paulo concordaram, mas eles propuseram uma maneira muito diferente, através da qual os hábitos relevantes deveriam ser aprendidos e praticados. Vamos explorar tudo isso à medida que o livro avança.

Acho que se tivéssemos perguntado a São Paulo o que pensava Aristóteles e seu esquema das virtudes, ele teria dito a seu respeito mais ou menos o que ele disse sobre a lei judaica: é bom até certo ponto e, no limite em que vai, mas não pode realmente dar o que promete. É como uma placa de sinalização apontando mais menos a direção certa (embora ela precise de algum ajuste), mas sem uma estrada que vai realmente até lá.

N. T. Wright, After You Believe, p. 33-36

27 de janeiro de 2011

Reformado Carismático Missional


Como, essas três influências andariam juntas? A resposta mais simples, seria dizer que eu acredito que elas são bíblicas e não falar mais nada. Mas as coisas que eu cresci com, tomando como certas precisavam ser explicadas. Mais de 30 anos atrás, comecei a freqüentar uma igreja que valorizava a Bíblia, acreditava que Deus era soberano, adorou-o apaixonadamente, experienciava e vivia os dons so Espírito Santo e, a julgar pelo fluxo constante de batismos, estava envolvida em missões. Para entender por que estas linhas não só podem como devem se reunir, vamos ver o que acontece quando enfatizamos apenas um delas em detrimento das outras.

As pessoas Reformadas justamente enfatizam a doutrina. Os reformadores começaram uma grande tradição de levantar um grito de guerra “de volta à palavra.” Aprendemos com eles que as idéias humanas não podem ser confiáveis, apenas a palavra de Deus é infalível. Eles também tinham uma notável ênfase na soberania de Deus. Eu não sei como qualquer cristão pode sobreviver por muito tempo neste mundo caído, sem confiar que, apesar das aparências dizerem o contrário, “todas as coisas cooperam para bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8:28). Saber que é Deus que começou e vai completar sua obra de salvação em mim também me dá grande confiança. Mas há duas dificuldades importantes que podem surgir com facilidade.
Em primeiro lugar, a nossa honra na Bíblia pode dar origem a procura de um relacionamento com livro ao invés de uma pessoa. Intelectualismo frio que despreza todas as respostas emocionais a Deus não é um resultado inevitável de ser reformado, mas é um perigo real. Em segundo lugar, é possível confiar de uma maneira na soberania de Deus que começamos a nos assemelhar a estóicos, passivamente, esperando a vontade de Deus se revelar. Podemos até parar de desenvolver nossa própria salvação e viver no “deixar ir e deixar Deus”. A oração se torna mero formalismo, já que estamos tão convencidos de que Deus tem todo o universo em suas mãos, que não vemos a necessidade de lutar no lugar quieto em busca de seu reino porvir. Nós também podemos ficar travados na derrota e condenação em nossas vidas pessoais, e não esperar sermos transformados. Evangelismo pode tornar-se desanimado na melhor das hipóteses, uma vez que podemos concluir que Deus pode salvar o incrédulo sem a nossa ajuda, se ele assim o quiser. Alguém poderia dizer, para nossa surpresa, que reformados correm o risco amarem os livros mais do que amam a Deus ou o mundo.

Carismáticos buscam um relacionamento vibrante com Deus, que está vivo e ativo, e falando conosco hoje. Avançar para um encontro com Deus, num estudo acadêmico da sua palavra pode parecer enfadonho. Ainda não temos uma reputação de intelectuais. A tentação é deixar de lado a âncora da verdade da palavra de Deus, e, em vez de testar as profecias, ingenuamente, acreditar que cada pensamento que surge em nossa mente agora é uma palavra do Senhor. Doutrina pode ser fraca na melhor das hipóteses, e, francamente heréticas na pior das hipóteses. Por toda a emoção e energia que se vê, muitos carismáticos simplesmente não têm uma raiz profunda, que vai ajudá-los a resistir quando as coisas ficam realmente difíceis. Podemos nos sentir no topo do mundo quando estamos em uma vigília, mas o que acontece quando voltamos para casa e enfrentar os problemas que Jesus nos prometeu nesta vida?
 
Ame a Deus| Ame sua Palavra| Ame o mundo
Os carismáticos também podem se tornar muito introspectivos, e, buscar uma experiência mais profunda com Deus. Muitas congregações têm o sentimento de uma família mais íntima que qualquer crente que luta para entrar. Dons do Espírito Santo, muitas vezes fluem livremente em um ambiente como esse, mas podem muito bem não dispor de qualquer conteúdo real, e um estranho parece francamente estranho. Um mundano perdido pode ser deixado de lado, perdido e esquecido, assim como estamos perdidos em admiração e louvor. Não me admiro que muitas igrejas carismáticas não crescem, pois talvez carismáticos correm o risco de amar a Deus, mas não amar o seu mundo, ou a sua imutável Palavra.

Pessoas Missionais justamente mergulham no mundo, a fim de alcançá-lo. Mas a cultura tem um poder magnético que pode em breve fazer-nos esquecer o porquê foram enviados. Não fomos feitos para nos sentir completamente à vontade neste mundo. Fomos feitos para estar no mundo, mas não dele. Nós estamos como um povo profético que tanto acolhe o forasteiro, e confronta o mundo com a rejeição do Deus que os criou. Precisamos ser uma comunidade que está cheia de amor para o mundo, e se empenha avidamente na tarefa de evangelização que Deus nos deu. Mas algumas igrejas começam a se sentir mais como uma base de missões do que a família de Deus. É pelo nosso amor um pelo outro que o mundo vai saber que somos discípulos de Jesus, não pela forma agressiva como nós perseguimos o “crescimento da igreja atractional”, ou “A penetração da cultura encarnada”. Essas frases pomposas não em, qualquer caso, comunicar qualquer coisa ao homem na rua. Deus nos chama a construir um povo que ama o outro, e, pelo transbordar desse amor, oferecermos Jesus ao mundo.
A menos que nós estudemos a palavra de Deus com vigor e ensinarmos tão fortemente quanto qualquer crente reformado, como saberíamos qual mensagem deveríamos levar ao mundo? A menos que nós conhecamos a Deus tão claramente quanto qualquer carismático, e experimentarmos o seu poder de mudança de vida, como esperar que os nossos vizinhos acreditem que Jesus está vivo e sempre trabalhando para nos libertar? A palavra de Deus foi dada para nos ajudar a saber o que dizer para um mundo perdido, e foi dado o seu Espírito para nos fortalecer e equipar-nos a sermos ministros capazes do evangelho. Como este blog novo está começando, oro para que seja usado por Deus para levantar um povo que ama a Deus como um carismático, ame a sua Palavra, como os reformados, e ame o mundo, como todo missionário deve. O que Deus uniu, o homem não pode separar!

Tradução: Rafael Bello| iprodigo.com| original aqui

24 de janeiro de 2011

Tim Keller: O Evangelho e o Pobre.



Tim Keller: The Gospel and the Poor: A Case for Compassion from Here's Life Inner City on Vimeo.


O EVANGELHO E OS POBRES.

Dr. Timothy Keller

Nosso compromisso individual e corporativo com o Evangelho deve motivar a ministrar para o pobre e o marginalizado que estão pertos.

1. O papel do Evangelho no ministério para o pobre.

Ser compromissado com a primazia do evangelho significa primeiro, que o evangelho deve ser proclamado. Muitos, hoje em dia, denigram a importância disto, ao invés, insistem que a única verdadeira apologética é uma comunidade amorosa. Pessoas não podem ser persuadidas pelo Reino, eles dizem que elas só podem ser amadas. Não obstante a comunidade cristã ser uma testemunha fundamental e poderosa para a verdade do evangelho, ela não pode substituir a pregação e proclamação. Segundo, o primado do evangelho significa que o evangelho é base e mola propulsora para a prática cristã, individualmente ou coletivamente, dentro da igreja ou fora dela. O ministério do evangelho não é apenas a proclamação para as pessoas para que elas o aceitem e creiam; são também ensino e pastoreio dos crentes para que então suas vidas sejam moldadas. Um das coisas mais proeminentes que o evangelho afeta é nosso relacionamento com o pobre.

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http://allenvaz.blogspot.com/2010/04/tim-keller-o-evangelho-e-o-pobre.html

Entrevista no Facebook:
http://www.facebook.com/video/video.php?v=569493383776

17 de janeiro de 2011

O Projeto Central do Grupo

"Para que a formação espiritual seja o principal foco da congregação local, o grupo deve ser dotado da visão do aprendizado de Jesus no reino vivo, como a realidade central da salvação e como as boas-novas elementares, e deve formular a clara intenção de ser discípulo e fazer discípulos, na condição de projeto central de seu grupo."

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Church Communities - legendado

Dallas Willard bio: