4 de setembro de 2011

A bela monotonia do Evangelho



Um temor que devemos deixar de lado em nossa busca por uma centralidade maior do Evangelho é de que o Evangelho não poderá ser pregado semana a semana. O inimigo e nossa própria carne testarão nosso compromisso com “palavras persuasivas” (Cl 2.4) de que o Evangelho soará como uma nota só. Somos tentados a pensar que a repetição tem o efeito indesejável de entediar as pessoas ou de fazer o Evangelho parecer rotineiro e um lugar comum.


Mas o Evangelho é resiliente. É miraculosamente versátil. Prova isso todos os dias para aqueles que são despertados para ele. Pois é o antídoto para todos os pecados de todos os povos, poder eficaz para todos os tipos de pessoas, não importa seu contexto ou circunstância, é o poder de Deus para salvar em todo milissegundo e, portanto, em todo domingo.

Na verdade, o Evangelho é uma canção. Mas é uma canção com muitas notas. A notícia é a mesma, mas algumas das palavras podem mudar e os ângulos se alteram. (Use o dicionário se precisar). Se despertamos para o Evangelho e procuramos que outros, cristãos e não-cristãos, despertem, cada execução da maior das canções será parecida com a admiração infantil em uma monótona diversão. Em Ortodoxia, o grande G.K. Chesterton escreve:


Pelo fato de as crianças terem uma vitalidade abun­dante, elas são espiritualmente impetuosas e livres; por isso querem coisas repetidas, inalteradas. Elas sempre dizem: “Vamos de novo”; e o adulto faz de novo até quase morrer de cansaço. Pois os adultos não são fortes o suficiente para exultar na monotonia. Mas talvez Deus seja forte o suficiente para exultar na monotonia. E possível que Deus todas as manhãs diga ao sol: “Vamos de novo”; e todas as noites à lua: “Vamos de novo”. Talvez não seja uma necessidade automática que torna todas as margaridas iguais; pode ser que Deus crie todas as margaridas separadamente, mas nunca se canse de criá-las. Pode ser que ele tenha um eterno apetite de criança; pois nós pecamos e ficamos velhos, e nosso Pai é mais jovem do que nós.

Quando entendemos o Evangelho como ele realmente é – o poder pra salvar, as notícias mais emocionantes que poderiam existir, a declaração de que o Filho de Deus morreu por nós e então voltou a vida! para ser o Senhor ressurreto e o supremo Rei do Universo, não apenas uma entrada grátis para o céu, mas o valor de tudo na vida… nos deleitamos na nova criação que o Evangelho liberta a cada momento. Nunca nos cansamos de ouvir isso. É a nova canção que nunca fica velha. “Mais uma vez, mais uma vez”, nós clamamos.

O Evangelho desperta pessoas que recebem força suficiente para exultar na bela monotonia do Evangelho.

A boa notícia é que aqueles que têm seus sentidos embotados não mais estarão entorpecidos por meio do Evangelho. De fato, somente o Evangelho pode libertá-los de seu estado de embotamento. Nenhuma quantidade de fumaça e lasers o fará.

Por isso estou disposto a pregar o evangelho… – Romanos 1.15

Orem também por mim, para que, quando eu falar, seja-me dada a mensagem a fim de que, destemidamente, torne conhecido o mistério do evangelho – Efésios 6.19


Traduzido por Josaías Jr. | iPródigo | original aqui