29 de novembro de 2011

O Homem entre Deus e os Ídolos




Eu recomendo fortemente que você ouça a 1ª palestra "O Homem entre Deus e os Ídolos" disponibilizada aqui para baixar.


O áudio das palestras já está disponível.



As Marcas do Cristão: como a realidade de Deus é demonstrada
Felicidade segundo o Cristianismo: espiritualidade autêntica na cultura contemporânea

 





Guilherme de Carvalho consegue reunir conhecimento e singeleza numa mensagem capaz de nos atordoar e reorientar toda a nossa maneira de relacionar a fé com o nosso mundo.

Também está disponível um acervo de podcasts da Igreja Esperança: 

http://www.igrejaesperanca.org.br/podcast

Faça um favor a si mesmo, ouça!

27 de novembro de 2011

Advento


Advento (do latim Adventus, que significa "vinda" ou "chegada") é a temporada de quatro semanas de preparação para a vinda de Jesus no Natal. Uma celebração requer boa preparação adequada para podermos desfrutar dela totalmente. No mês de dezembro, no entanto, na maior parte nos perdemos na agitação das compras de Natal, festas e preparativos. O tempo do Advento, mais reflexivo por natureza, pode sair de sincronia com todo esse barulho e correria.

João Batista sempre tem sido considerado a pessoa certa para me preparar para o Natal - ele é o anti-Papai-Noel necessário para os nossos dias. Troque o risada alegre por uma intensidade em sua face, o brilho no olho de um deserto prestes a interromper sua vida, comandando a nossa atenção, mas sempre redirecionando-a para Jesus. "Preparai o caminho para o Senhor" é o chamado do Advento para nos preparar para a vinda do Messias.

Mas como se preparar para uma surpresa? Mais do que apenas lembrar a primeira chegada de Cristo, o Advento espera a segunda vinda de Cristo. Advento é tempo de espera expectante, explorando nosso senso de que nem tudo está bem, o anseio de que o mundo seja endireitado novamente. É uma estação para corações inquietos e pessoas cansadas de um mundo quebrado que querem, com todo o nosso ser, saber que há mais do que isso.

O Advento cultiva em nós um olhar perspicaz, ajudando-nos a detectar o pecado que tumultua nossas vidas e perceber todas as maneiras que nós precisamos ser salvos. Ajudando-nos a esperar intensamente por restauração, por sentir a nossa própria necessidade de sermos salvos, o Advento nos prepara para a alegria genuína do Natal e para a fé nAquele que nos salva do nosso pecado, Jesus.


15 de novembro de 2011

Objeção ao pós-modernismo

Apresentando as coisas de maneira simples, o pós-modernismo refuta a si mesmo. Os pós-modernistas parecem afirmar que suas asserções sobre a era moderna, sobre a maneira pela qual a linguagem e a consciência funcionam e assim por diante são verdadeiras e racionais; eles escrevem textos literários e protestam quando as pessoas interpretam mal a intenção autoral em seus próprios escritos; eles pretendem nos dar a verdadeira essência do que é a linguagem e como ela funciona e empregam a dicotomia entre o modernismo e o pós-modernismo enquanto afirmam a superioridade do último. Por essas e outras razões o pós-modernismo parece ser auto-refutável.

Os pós-modernistas realmente têm uma resposta para esse argumento. Por um lado, eles podem afirmar que os críticos interpretam erradamente o pós-modernismo e derrotam um espantalho. Alguns pós-modernistas, por exemplo, defendem sua rejeição à objetividade da verdade da seguinte maneira: dizer objetivamente que a verdade não está "lá fora", no mundo real, é dizer meramente que onde não há sentenças não há verdade, que as sentenças são elementos da linguagem humana e que as linguagens humanas são construções sociais. Infelizmente, a defesa não é apenas falsa, mas, compreendida de uma certa maneira, ela também deixa de evitar o problema da auto-refutação. A defesa é falsa porque afirma que o portador de verdade adquado é a linguagem. Mas, como vimos anteriormente, um candidato mais apropriado para isso são as proposições. Além do mais, existem numerosas verdades -- tais como as verdades matemáticas -- que nunca foram e nunca poderão ser pronunciadas por meio da linguagem, mas que estão simplesmente "lá fora". A defesa não pode evitar sua auto-invalidação porque se o argumento assume uma noção relativista da verdade, mas se apresenta como uma verdade objetiva no sentido não relativista, então ele refuta a si mesmo. Se o pós-modernista simplesmente quer dizer que as pessoas não são capazes de expressar uma verdade a não ser por meio da linguagem, então sua posição pode ser admitida, mas é irrelevante no debate sobre a adequação do pós-modernismo como ponto de vista filosófico.

Às vezes, os pós-modernistas respondem negando que consideram suas asserções e escritos como verdadeiros, racionais e constituídos por sua própria intenção autoral e assim por diante. Se essas afirmações estão corretas, então deveriam realmente salvar o pós-modernismo da auto-refutação. Mas, a resposta deve ser rejeitada por duas razões. Primeiramente, quando alguém realmente lê com cuidado os escritos pós-modernistas, é bastante difícil evitar evitar uma impressão de que eles de fato apresentam suas asserções como verdadeiras, racionais e assim por diante. Nesse sentido, ao estar na defensiva, um pós-modernista pode negar que seus escritos exibam tais características , mas uma exame de seus escritos parece minar suas negativas. Segundo, os pós-modernistas precisam oferecer alternativas pós-modernistas à verdade, à racionalidade etc., que fizessem sentido em suas próprias afirmações, enquanto evitam aquelas noções indesejadas. Parece que suas alternativas ainda não foram convicentemente apresentadas. Mas suponhamos que surjam. O que faríamos, então, com o pós-modernismo? Uma vez que o pós-modernismo não poderia, no caso, estar oferecendo a si mesmo como verdadeiro, racional ou até mesmo compreensivo de uma determinada maneira. Seria difícil saber e que maneira um pós-modernista poderia recomendar sua visão aos outros ou qual o propósito de proclamá-lo em público.

Tudo isso quer dizer que não existam benefícios a serem obtidos do pós-modernismo? Não, os pós-modernistas estão certos em nos advertir quanto aos perigos de usar a linguagem para obter poder sobre os outros, em recomendar a importância da história e da narrativa, em advertir os excessos históricos do cientificismo e do reducionismo que cresceram a partir do abuso de idéias modernistas. Mas essa dimensão não quer dizer que os cristãos devem adotar uma posição neutra ou até mesmo favorável em relação ao pós-modernismo, rejeitando seus problemas e abraçando seus benefícios (...) 

Além do mais, a maneira de evitar o cientificismo e o reducionismo é argumentar contra eles usando as coisas que os próprios pós-modernistas negam. A única alternativa a tal estratégia é o uso da simples retórica, ou mudar de maneira politicamente correta o poder público de modo a marginalizar o cientificismo e o reducionismo, mas é esse poder a coisa que os pós-modernistas corretamente abominam.


Filosofia e Cosmovisão Cristã - J. P. Moreland & William Lane Craig, Ed. Vida Nova,  2005